sexta-feira, 2 de outubro de 2009



Meus amigos são assim: metade loucura,

outra metade santidade.

Escolho os meus amigos não pela pele nem

outro aquétipo qualquer, mas pela pupila.

Tem que ter o brilho questionador e a tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito ou os maus hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta, quero o meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e

aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco!

Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.

Não só quero o ombro ou colo, quero também sua maior alegria.

Amigos que não ri junto não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsiveis nem choros piedosos.

Quero amigos serios, daqueles que fazem

da realidade sua fonte de aprendisagem.

Mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Criança, para que não esqueçam o valor do vento no rosto.

E velhos para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e serios, crianças e velhos.

Nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão estéril.


autor: desconhecido.
vai dá tudo certo (yn)